quarta-feira, 13 de junho de 2018

Regio Emilia, educação em forma de Arte

Reportagem do boletim Arte na Escola 2015
http://artenaescola.org.br/boletim/materia.php?id=75983

"Reggio Emilia, no norte da Itália, não faz sucesso por seus prédios históricos, o suntuoso teatro municipal, ou pelos inúmeros festivais de música. Por ali, o maior interesse está nos inúmeros desenhos coloridos que decoram lojas, restaurantes, bares e ruas da cidade. A vasta coleção não é assinada por nenhum artista renomado, mas pelos alunos da rede de ensino infantil Reggio Children, criada há mais de 50 anos pelo professor Loris Malaguzzi e pela própria comunidade para oferecer um ensino focado no desenvolvimento intelectual, moral, social e emocional das crianças por meio da representação simbólica. 
A abordagem reggiana, considerada um dos melhores modelos pedagógicos do mundo, nasceu de uma mistura de várias teorias educacionais, como Piaget, Montessori, Dewey e Vigotsky com a visão bem peculiar de Malaguzzi de que a criança possui múltiplas linguagens e deve usar todas no processo de aprendizagem. Conhecido como “As Cem Linguagens da Criança”, o modelo utiliza a arte como principal veículo de formação do conhecimento. “Em Reggio Emilia não se aprende da forma tradicional: eu digo isso e você faz aquilo. Aqui a aprendizagem é a construção de significados feita em conjunto”, conta a educadora italiana Paola Struzzi, pedagogista das creches e escolas de educação infantil de Reggio Emilia, que esteve no Brasil em agosto para uma formação de professores.
Nas 21 escolas e 13 creches que integram a rede Reggio Emilia, crianças de zero a 6 anos são constantemente estimuladas a tomarem decisões com o claro objetivo de desenvolver todas as suas potencialidades. Para isso, as salas de aulas foram transformadas em amplos ateliês, com a oferta de vasta gama de materiais de trabalho. Uma professora e uma atelierista trabalham em conjunto, incentivando a reflexão e a experimentação. “Gostamos de fugir da folha branca para instigar as crianças à pesquisa, oferecendo diferentes suportes como papel ondulado, uma folha transparente ou preta, o plástico, a parede”, explica Paola. As atividades são sempre complementadas por narrativas das próprias crianças, que vão criando em conjunto e construindo linhas de raciocínio, relações com o trabalho do colega, novos olhares. “O aprendizado é uma nutrição recíproca, por isso é importante utilizar a transversalidade da linguagem. A narração é uma espécie de imagem mental e não está isolada do desenho no papel ou da palavra escrita. Tudo tem uma relação”, esclarece a educadora. " 




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